A pseudofísica teve um rápido crescimento nas últimas décadas. Entre os fatores que contribuíram para isso incluem-se várias deturpações da física moderna, especialmente, da Teoria Quântica.
Alguns físicos proeminentes do século passado apresentaram perspectivas filosóficas que foram equivocadamente associadas à física moderna, e o escasso conhecimento do público sobre os princípios fundamentais daquela então nova ciência fizeram com que distorções destas filosofias promovessem absurdos tais como a cura quântica, terapias de toque quântico, pulseiras de equilíbrio (power balance) com selo quântico (foto) e tantos outros.
Tomemos dois exemplos de conceitos da física moderna que foram desvirtuados:
1 - A consideração de que os fótons têm consciência, usando como argumento a experiência da fenda dupla;
2 - A suposição de que a energia seria uma espécie de espírito, usando uma interpretação equivocada da fórmula E = mc².
2 - A suposição de que a energia seria uma espécie de espírito, usando uma interpretação equivocada da fórmula E = mc².
Fótons conscientes?
Toda a Teoria Quântica não relativística é baseada em dois pressupostos fundamentais sobre ψ, a solução da equação de Schrödinger. O primeiro é que o quadrado do valor absoluto de ψ corresponde à probabilidade do estado de um sistema. O segundo pressuposto é o princípio da sobreposição: Se existem vários caminhos disponíveis para o sistema, o ψ total é a soma ponderada de forma adequada às ψs de cada caminho.
Estes dois pressupostos têm sido fonte de muitas confusões. Infelizmente, elas foram promovidas por algumas das próprias pessoas que criaram a teoria, o que acabou encorajando as futuras gerações das décadas de 1960 e 1970. Um exemplo clássico é o livro O Tao da Física: um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental, escrito em 1975 por Fritjof Capra. O outro é A Dança dos Mestres Wu Li: uma Visão Geral da Nova Física, escrito por Gary Zukav, os quais inclusive receberam citações simpatizantes de renomados físicos da época, como Werner Heisenberg, Niels Bohr, e J. Robert Oppenheimer.
Toda a Teoria Quântica não relativística é baseada em dois pressupostos fundamentais sobre ψ, a solução da equação de Schrödinger. O primeiro é que o quadrado do valor absoluto de ψ corresponde à probabilidade do estado de um sistema. O segundo pressuposto é o princípio da sobreposição: Se existem vários caminhos disponíveis para o sistema, o ψ total é a soma ponderada de forma adequada às ψs de cada caminho.
Estes dois pressupostos têm sido fonte de muitas confusões. Infelizmente, elas foram promovidas por algumas das próprias pessoas que criaram a teoria, o que acabou encorajando as futuras gerações das décadas de 1960 e 1970. Um exemplo clássico é o livro O Tao da Física: um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental, escrito em 1975 por Fritjof Capra. O outro é A Dança dos Mestres Wu Li: uma Visão Geral da Nova Física, escrito por Gary Zukav, os quais inclusive receberam citações simpatizantes de renomados físicos da época, como Werner Heisenberg, Niels Bohr, e J. Robert Oppenheimer.
Sobre a experiência da fenda dupla, em A Dança dos Mestres Wu Li, o autor Zukav imagina-se fazendo o experimento duas vezes, primeiro com uma das fendas fechada, e o segundo com as duas fendas abertas. Ele pensa:
Como é que o fóton na primeira experiência "sabia" que a segunda fenda não estava aberta? ... Quando disparou-se o fóton e ele atravessou a primeira fenda, como é que ele "sabia" que deveria ir para uma área escura, se a outra fenda estivesse aberta? ... Não há uma resposta definitiva para essa questão. Alguns físicos ... especulam que os fótons podem ser conscientes!
O uso repetido de Zukav da palavra "sabia" já sugere um fóton inteligente!
Mas apesar do que afirma Zukav, a diferença entre os dois cenários não surge porque o fóton teria algum conhecimento místico, mas porque ψ é uma superposição de todos os possíveis caminhos - um caminho, se apenas uma fenda está aberta, e dois caminhos se ambas estão abertas.
A quadratura do valor absoluto de ψ para um caminho leva a uma distribuição de probabilidades que é diferente da dos dois caminhos; a última conduz ao aparecimento de bandas claras e escuras.
Espírito = mc²
A palavra da física mais usada na literatura mística é "energia." Positivo e negativo, carma, e qi são apenas alguns exemplos de "energias" à deriva no mar do misticismo. E a mais famosa equação da física, E = mc², equipara a energia à massa, que é material. Assim, a equivalência do espírito imaterial ou alma com a matéria passa a ocupar o centro do misticismo.
Mas a energia é realmente imaterial?
A energia é uma propriedade da matéria. Por exemplo, a energia cinética é a energia associada com a velocidade de um objeto. Perguntar se a energia cinética é material é um absurdo tão grande quanto perguntar se a velocidade é material. A velocidade é uma propriedade da matéria em movimento. Esta confusão de matéria com uma das suas propriedades de energia é uma armadilha tão comum na qual até mesmo os físicos treinados podem cair, e uma ferramenta perigosamente eficaz que os charlatões usam para promover os seus misticismos.
A energia é uma propriedade da matéria. Por exemplo, a energia cinética é a energia associada com a velocidade de um objeto. Perguntar se a energia cinética é material é um absurdo tão grande quanto perguntar se a velocidade é material. A velocidade é uma propriedade da matéria em movimento. Esta confusão de matéria com uma das suas propriedades de energia é uma armadilha tão comum na qual até mesmo os físicos treinados podem cair, e uma ferramenta perigosamente eficaz que os charlatões usam para promover os seus misticismos.
O exemplo mais tentador é quando E = mc² é aplicada à aniquilação matéria-antimatéria, em que a matéria é transforma inteiramente em "energia pura". No entanto, o "E" à esquerda representa a propriedade de alguns materiais ou partículas que podem não ter massa, como os fótons. Um fóton que atinge um elétron e muda seu estado é tão material como um elétron incidente que faz a mesma coisa.
O "E" de E = mc² é sempre a energia de duas ou mais partículas que podem produzir a massa do lado direito. Não há nenhum exemplo na natureza em que se transforma massa em energia (ou vice-versa) sem a presença de algumas partículas ou materiais que transportam essa energia. Portanto, não há nenhuma conexão entre a equivalência alma-matéria do misticismo e a equivalência energia-massa da física moderna.
Alfabetização científica
Alfabetização científica
A pseudofísica é poderosa demais para ser combatida no âmbito popular. Os meios de divulgação estão mais interessados em vender bem uma ideia do que debater responsavelmente se ela é ou não cientificamente correta. No entanto, nas salas de aula está a esperança de que nossos filhos e netos não se entreguem à mesma irracionalidade que tem afligido atualmente a nossa geração. No ensino da física, tanto no Ensino Médio como na faculdade, poderiam ser propostos trabalhos no sentido de tornar os alunos conscientes dos absurdos pseudocientíficos e do perigo que eles podem representar para o futuro da humanidade.
Fonte:
http:physicstoday/article/69/5/10.1063/PT.3.3151
Fonte:
http:physicstoday/article/69/5/10.1063/PT.3.3151
Ótima explicação nota dez o blog
ResponderExcluirQue bom que gostou do blog. Obrigado pelo elogio. Volte sempre.
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