O Prêmio Nobel de Física e o Universo acelerado

O Prêmio Nobel de Física deste ano foi dividido entre três astrônomos americanos, Saul Perlmutter (foto), Brian P. Schmidt, e Adam G. Riess, que observaram durante muito tempo, ao longo dos anos 80 e 90, as explosões de estrelas supernovas do tipo la, em galáxias distantes. Estas estrelas resultam de uma violenta explosão, em determinadas condições, de uma anã branca, que é um dos estágios finais de uma estrela. O nosso Sol, por exemplo, um dia se tornará uma anã branca.

Os dados precisos destes cientistas e de suas equipes fizeram com que chegassem à conclusão de que o Universo se expande, como já era sabido, mas de forma acelerada. Acontece que este fato não poderia ser explicado se considerássemos apenas as forças de atração entre as galáxias, o que faria com que elas se "segurassem" umas às outras devido ao efeito gravitacional. Daí a grande importância desta descoberta. É que a partir destas observações reforçou-se o conceito de que há mesmo algum tipo de energia "extra" no Universo afastando as galáxias, o que os astrônomos chamam de Energia Escura, e que constitui-se hoje um dos mistérios ainda não desvendados pela Física.
Em resumo, descobriu-se  mais um dos efeitos desta energia misteriosa, o que acrescenta outra comprovação da sua existência, mas não se sabe exatamente como ela "funciona".

Para quem quiser entender um pouco melhor esta importante descoberta, sugiro que assistam ao vídeo abaixo, com legendas em português (clicar em CC).



Links:
1 - Fisica na veia: A expansão acelerada do Universo
2 - Universo Fisico: Nobel de Física em 1 minuto

6 comentários:

  1. Olá, Jairo!

    Agora as novidades pipocam tanto no magro quanto no micro cosmos!
    Você também viu a notícia a respeito da água do nosso planeta ter sido procedente de cometas?

    Jairo, pelo que eu entendi, essa expansão do universo, proíbe que se declare qual o raio ou o diâmetro dele ( até agora diziam que tinha 13 bilhões de ano-luz de raio), não é isso?

    Os astrônomos ganhadores do prêmio, trabalharam brilhantemente para esclarecer essa questão. O prêmio foi bem merecido!

    Um abraço!!!!!

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  2. @Valdir
    Você deve estar se referindo à notícia sobre o cometa Hartley 2, analisado pelo telescópio Hershel. O cometa teria a mesma quantidade de deutério, um tipo diferenciado e raro de hidrogênio, que existe em algumas moléculas de água dos oceanos da Terra. Acho que não podemos descartar esta hipótese, pois no iníicio, sabe-se que o nosso planeta era bem seco. Quem pode dizer se, junto com esta água, não veio um microorganismo qualquer?

    Quanto ao diâmetro do Universo visível, (veja bem, eu disse visível, mas quem pode dizer o que há além do que podemos ver até agora?) estima-se que seja da ordem 90 bilhões de anos-luz. Você deve ter confundido com a idade do Universo, que é calculada em aproximadamente 13,7 bihões de anos. Se o universose expande, realmente não podemos fixar o diâmetro, mesmo porque, como disse, este valor é apenas uma estimativa do que pudemos ver até agora.

    Abraço.

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  3. Olá, Jairo!

    É vero meu amigo, o cometa é esse mesmo e suas suposições tanto da água quanto à presença de microorganismos, bem mais probabilística nos cometas do que nos meteoritos. Também, realmente, eu fiz confusão entre... idade do universo e o seu diâmetro, que agora, fiquei sabendo da sua estimativa ( desse tamanhinho e ainda crescendo mais, hein?) dado fornecido por você! Obrigado, professor Jairo! Valeu!

    Um abraço!!!!!

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  4. Olá Jairo,
    Já disse isso, mas digo novamente: gosto de ler seus artigos, pois sempre trazem informações novas e muito interessantes. E os comentários que aqui são feitos, sempre complementam o assunto. Deixo este comentário somente para agradecer.
    Abraços.

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  5. Assuntos relacionados à expansão do universo sempre me deixa intrigado. Nos mostra como somos insignificantes, e como sabemos tão pouco.
    Uma vez, assistindo uma palestra do Observatório Nacional, aqui no RJ, durante o a "Escola de Inverno", o professor disse: "Olhar para o céu, é como olhar para o passado. Conseguimos observar aspectos do nosso universo, há milhares e milhares de anos atrás". Até há poucos anos atrás, eu não teria o amadurecimento para entender aonde ele queria chegar, mas naquele dia, durante aquela palestra em especial, fiquei maravilhado em compreender aquela pequena frase.
    Embora tenha optado pelo curso de engenharia, acho que esta curiosidade sobre oque representamos nessa vastidão dos cosmos, porque estamos aqui, e como tudo se comporta, seja um questionamento natural, inerente ao ser. Obrigado mais uma vez pelo post.
    Professor, um detalhe: Embora nossa estrela (o sol) quando entrar em colapso se torne uma anã branca (previamente, uma gigante vermelha), este não será seu estágio final, ela se tornará uma anã negra, vagando "sem vida" pelos cosmos. Um triste fim para a vida como a conhemos.
    Grande abraço!

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    1. Olá, Diogo.
      Eu também me amarro nestes assuntos sobre o Universo. A respeito de olhar o passado, é bem isso mesmo, afinal, quando observamos, por exemplo, imagens de Andrômeda, a galáxia mais próxima de nós, que está a aproximadamente 2.500.000 anos-luz de distância, é muito provável que neste momento ela já esteja bem diferente do que estamos vendo. Na verdade, o que observamos dela nas imagens captadas pelos telescópios é o que ela era a 2 milhões e quinhentos anos atrás. E olha que os astrônomos já conseguiram captar imagens de galáxias a 13 bilhões de anos-luz, as mais antigas do Universo, que remontam a bem perto do Big Bang.

      Obrigado pela participação e pela informação sobre o fim do nosso Sol, que na verdade, após a fase de anã branca, se tornará uma anã negra, como você diz.
      É por isso que eu digo que os comentários de um blog são importantes, pois eles complementam o assunto do post. Valeu!

      Tem gente que é contra o gasto de dinheiro em missões espaciais. Sabemos como o Universo é um local hostil e cheio de problemas para a nossa ambientação (assista o filme Gravidade) mas acho que um bom motivo para justificar esta necessidade, é justamente este que estamos conversando. Se sabemos de que o sol vai se expandir como uma gigante vermelha, mesmo que isso demore para ocorrer, porque não começarmos desde já a encontrar um meio de escaparmos desta esferinha azul que chamam de Terra, e que com certeza será queimada no início do processo de morte de nossa estrela?

      Abraço.

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